Alexandre
Ferrari parece estar a registar uma reviravolta nos seus números de vendas. Considerando os meses de janeiro e fevereiro de 2025, a marca do cavalo empinado registou uma queda de 16 % nas vendas em comparação com os mesmos meses do ano anterior. Embora isto possa parecer preocupante à primeira vista, um olhar mais atento aos números revela uma imagem mais matizada e sugere que este declínio pode ser deliberado.
Redução em relação ao ano anterior
Este facto foi evidente a partir de janeiro e continua. O total de vendas mundiais da Ferrari para janeiro e fevereiro de 2025 ascende a 1.106 veículos, em relação às 1.318 unidades vendidas em janeiro e fevereiro de 2024. O declínio é particularmente acentuado nos Estados Unidos (-16 %) e na Alemanha (-20 %), mercados que historicamente representam uma parte significativa das vendas da Ferrari. O Reino Unido, por sua vez, registou uma queda espetacular de 32 % no mesmo período, atingindo o seu nível mais baixo em dois anos.
No entanto, a França e a Itália estão a aguentar-se bem. A França registou um aumento interessante de 112 % durante o período, enquanto a Itália, apesar de uma ligeira queda de 5 %, manteve a sua posição entre os quatro principais mercados da Ferrari.
| 01/25 | 02/25 | Total | Variação do ano anterior | |
|---|---|---|---|---|
| Estados Unidos | 175 | 261 | 436 | -16% |
| Japão | 67 | 119 | 186 | -9% |
| Alemanha | 131 | 140 | 271 | -20% |
| Reino Unido | 58 | 13 | 71 | -32% |
| Itália | 81 | 61 | 142 | -5% |
| França | 21 | 49 | 70 | 112% |
| 1106 | -16% |
Em comparação com 2 anos atrás, em janeiro e fevereiro de 2023, para os mesmos países, a Ferrari tinha registado 1092 automóveis, um aumento de 1 %.
Um sinal de transição ou uma vontade de limitar a produção?
Esta queda nas vendas não é necessariamente um sinal de um inevitável abrandamento na Ferrari. Na verdade, a marca italiana parece estar a favorecer uma abordagem mais selectiva e controlada da produção. Em 2024, Ferrari ultrapassa largamente a marca das 13.000 vendasum desempenho recorde. No entanto, nesse ano, assistiu-se a um abrandamento do crescimento das vendas em relação aos anos anteriores, um fenómeno que pode indicar uma mudança de estratégia.
A Ferrari pode querer limitar a sua produção anual para manter a exclusividade dos seus modelos, uma política que poderá ser reforçada em 2025. Com efeito, apesar da queda das vendas em janeiro e fevereiro, a marca prevê o lançamento de seis novos modelos este anoEstas incluem actualizações para o Ferrari 296, SF90 e Roma, bem como uma versão totalmente eléctrica, um SUV híbrido e potencialmente um novo SP4. Estes novos lançamentos podem ser vistos como passos para uma renovação da gama sem um aumento maciço do volume de produção.
Também é plausível que a Ferrari tenha decidido abrandar o ritmo de vendas para não ultrapassar o limiar simbólico de 14.000 unidades, um número que parece querer manter para preservar a sua imagem. A hipótese de que a marca procura reduzir as suas vendas de forma controlada poderia explicar a ligeira queda de 10 % registada em janeiro de 2025 em relação ao ano anterior. Esta estratégia teria por objetivo evitar a saturação do mercado, mantendo o valor dos seus modelos.
O fabricante prevê um aumento das receitas, com o objetivo de atingir um volume de negócios superior a 7 mil milhões de euros, ou seja, um crescimento de pelo menos 5 % em relação ao ano anterior. Fique atento!
Porquê falar de vendas? A Ferrari não produz o que vende no mesmo mês.
Mas, apesar de tudo, mostra que há muita gente realmente rica neste planeta! Apesar de não ter nada de que me queixar, não me consigo ver a conduzir um Ferrari!