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A história de Lewis Hamilton no Scuderia Ferrari ainda está a dar os primeiros passos, mas o sete vezes campeão do mundo já é o assunto da cidade. Depois de ter passado toda a sua carreira em Fórmula 1 com blocos de motor Mercedes, o britânico descobriu pela primeira vez a potência do V6 turbo híbrido da Ferrari. É uma grande mudança, já para não falar da adaptação a uma nova equipa, a um novo país e até a uma nova língua.
"Muito bem, estou a tentar aproveitar ao máximo".
Durante a última sessão de testes de inverno no Bahrein, Hamilton partilhou as suas primeiras impressões sobre o SF-25 e, mais especificamente, sobre a unidade de potência italiana. "O motor é diferente, tanto em termos de som como de sensação", afirmou. "Conduzi durante anos com um motor Mercedes, que já era excelente. É bom ver que a Ferrari também tem um motor muito bom, e estou a trabalhar com os engenheiros para perceber a melhor forma de o explorar."
O britânico admite que precisa de rever alguns dos seus hábitos de condução. "É estranho no início", confessa, "porque temos de mudar a forma como abordamos as curvas, gerir a distribuição de potência e até a acústica no cockpit. Mas estou a gostar muito.
A Ferrari, por seu lado, está muito satisfeita por contar com um piloto tão experiente para levar ainda mais longe a otimização do seu motor. Após dois dias de testes matinais, Hamilton teve a oportunidade de conduzir no final do dia para testar as suas sensações em diferentes condições de pista, e assim comparar os seus dados com os de Charles Leclerc.
A opinião de Enrico Gualtieri: um regresso "sem preço
Enrico Gualtieri, chefe do departamento de motores da Ferrari, está a prestar especial atenção aos comentários de Hamilton. Com o desenvolvimento de hardware congelado desde 2022, a Scuderia está concentrada em otimizar todos os detalhes antes da introdução de novos regulamentos de motor em 2026. A chegada de Hamilton é, por isso, uma oportunidade valiosa para recolher novas opiniões sobre a unidade de potência vermelha.
"Os condutores são, de certa forma, o melhor sensor possível no automóvel. Eles apercebem-se de nuances que, por vezes, nem os sensores físicos detectam", explica Gualtieri. "Tivemos uma conversa com ele e ele deu-nos alguns comentários interessantes sobre o que acha do nosso motor. Ele está a ajudar-nos a aperfeiçoar o conjunto e a adaptá-lo o melhor possível ao seu estilo de condução."
Apesar do congelamento do desenvolvimento, Gualtieri recorda-nos que é sempre possível ajustar certos parâmetros para tornar o motor mais reativo e com melhor desempenho. (Ler mais) Como é que a equipa melhorou o motor SF-25 apesar de a regra ter congelado o seu desenvolvimento? ). Os engenheiros de Maranello procuram afinar a sua unidade de potência, tendo em conta as necessidades do chassis SF-25 e os requisitos da equipa de aerodinâmica, que pretende deixar o máximo de espaço possível para otimizar o carro como um todo.